terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Como conquistar o primeiro emprego

Existe uma preocupação importante para muitos jovens: como conseguir seu primeiro emprego! Por diversos motivos, a maioria deles gostaria, o quanto antes, de entrar no mercado de trabalho. Seja um estudante que precisa ajudar a família ou custear seus estudos, seja um universitário buscando estágio, seja um recém formado que esta “batalhando” para entrar no mercado e descobre ,surpreso, que seu suado diploma não é garantia de uma boa colocação profissional. O certo é que neste momento bate aquela insegurança, a falta de confiança, a dúvida e a incerteza de qual o melhor caminho a seguir para vencer tamanho desafio.

Como fazer para ultrapassar esta barreira? Por onde começar? Como enfrentar uma entrevista de emprego sem tremer? E o currículo, como preencher? O que devo falar quando me perguntarem sobre minha experiência anterior? Demora muito pra conseguir um emprego? Será que vou me adaptar? Estas e muitas outras dúvidas surgem e são absolutamente normais. Vamos ajudá-los a respondê-las a partir de agora.

No curso que ministramos para jovens que buscam o primeiro emprego, percebemos muita aflição, insegurança, falta de orientação, mas, sobretudo, grande vontade de iniciar este processo.

Em geral, sugerimos aos candidatos ao primeiro emprego que busquem começar sua vida profissional em funções mais simples, para poderem adquirir certa experiência profissional, e terem a chance de mostrar seu valor e seu potencial, para em seguida aspirarem a cargos de maior desafio. O processo desta forma fica mais simples e de fácil conquista.

É possível desenvolver um plano básico de marketing pessoal em dez etapas para conquistar seu primeiro emprego. Vamos apresentar o passo a passo de um plano simples, prático e de fácil implantação.

Etapa 1 - conhecer o mercado em que pretende atuar.
Etapa 2 - elaboração do currículo.
Etapa 3 - preparação para a entrevista.
Etapa 4 - desenvolvimento de competências comportamentais.
Etapa 5 - desenvolvimento de competências técnicas.
Etapa 6 - construir uma networking – rede de relacionamentos.
Etapa 7 - definir os meios para buscar uma vaga.
Etapa 8 – traçar objetivos e metas a serem alcançadas.
Etapa 9 - elaborar um planejamento.
Etapa 10 - iniciar a execução do plano.

Etapa 1 - conhecer o mercado em que pretende atuar

O conhecimento do mercado em que pretende trabalhar será fundamental para traçar uma estratégia de sucesso na conquista de um emprego. Estas informações ajudarão na elaboração do currículo, na preparação para a entrevista e em praticamente todas as etapas deste plano de marketing pessoal.

Escolha o setor de atividade em que pretende trabalhar. Se já estiver na universidade ou fazendo um curso técnico, descubra tudo que puder sobre as empresas da área. Pesquise na internet, leia revistas do setor, converse com professores, enfim, aprofunde seu conhecimento sobre estas empresas e sua realidade, este será um grande diferencial competitivo que você pode conquistar.

Para o jovem que ainda não tem uma profissão, busque uma colocação nos setores de atividade e empresas pelas quais sinta uma atração especial. Por exemplo, se gosta de contato com o público, procure trabalha com atividades de atendimento. Se gostar de informática, procure buscar setores relacionados a este ramo. Em todos os casos, escolha as empresas em que irá buscar emprego e procure pesquisar e obter o maior número de informações possíveis sobre estas empresas e setores.

Escolha um tipo de atividade que realmente combina com sua maneira de ser, com suas habilidades, com sua personalidade. Esta decisão será fundamental, pois despertará grande motivação da sua parte e este fator contará pontos importantes para você, durante o processo de contratação.

Etapa 2 - elaboração do currículo

A elaboração de um currículo é uma tarefa relativamente simples. Basta observar algumas regras básicas e incluir as informações contidas nos principais modelos pré-existentes. Estes modelos podem ser conseguidos na internet, em sites de recolocação e até mesmo comprados em papelarias.

Como se trata de seu primeiro emprego, você poderá, no máximo, referir-se a algum trabalho temporário que tenha realizado informalmente.

No entanto, o mais importante é incluir em seu currículo informações sobre suas habilidades e competências pessoais que irão ser importantes para seu futuro empregador.

Como você pesquisou bastante o setor de atividade e as empresas em que está tentando uma vaga, é importante relacionar as habilidades que você possui, com as necessidades destas empresas.

Por exemplo, um jovem que vai tentar uma vaga para trabalhar numa livraria, precisa deixar claro ao seu futuro empregador que tem o hábito de leitura, que gosta de assuntos relacionados a cultura e arte, que visita frequentemente bibliotecas, que participou de feiras de livros, etc.

Destaque os cursos de curta duração que tenha feito, e que estejam relacionados a esta atividade, e realce também suas competências na escola que estejam relacionadas ao ramo de atividade da livraria.

O objetivo é deixar claro ao futuro empregador que você não apenas tem as qualificações para desempenhar as funções do cargo, como também tem um grande potencial de crescimento.

Criamos um site (blog), que contem modelos de currículos, questionário para treinar uma entrevista, diversos artigos sobre empregos e sobre competências essenciais a serem desenvolvidas; sites de empregos, sites de ONGs de emprego, um curso de marketing pessoal e muitas outras informações importantes. Sugerimos aos jovens que visitem esta página. O endereço é
http://primeiro-emprego.blogspot.com/

Etapa 3 - preparação para a entrevista

Hoje, as empresas em geral estão valorizando muitos aspectos comportamentais relacionados à inteligência emocional do candidato. Portanto é preciso se preparar, e destacar na entrevista suas habilidades comportamentais mais importantes.

A inteligência emocional de uma pessoa está relacionada à sua capacidade de auto-motivação, seu bom humor, sua empatia, sua capacidade de comunicação interpessoal, sua pró-atividade e capacidade de trabalhar em equipe e seu relacionamento interpessoal.

Portanto, o candidato que tiver deficiência em alguns destes aspectos comportamentais, deve procurar desenvolvê-los antes de se apresentar para uma entrevista.

Quanto maior conhecimento o candidato demonstrar sobre a empresa, suas características, os principais concorrentes, as principais competências necessárias para desempenhar bem as funções, e sobre o setor de atividade, maiores serão suas chances de influenciar positivamente o entrevistador.

Sugerimos que o candidato elabore um questionário de perguntas e respostas e treine uma entrevista fictícia com algum parente ou amigo, para que na hora da apresentação esteja mais bem preparado.

Em geral o entrevistador esta preocupado em descobrir se o candidato poderá ser útil à empresa, se conseguirá desenvolver bem as funções, se conseguirá se relacionar adequadamente com os colegas de trabalho e se é uma pessoa motivada e bem humorada.

O candidato precisa preparar-se para demonstrar ao entrevistador que possui todas estas condições mencionadas.

Etapa 4 - desenvolvimento de competências comportamentais

As principais competências que precisam ser desenvolvidas e que são bastante valorizadas pelas empresas são:

auto-motivação – que é a capacidade de se motivar continuamente, independente das situações adversas ou contratempos que possam ocorrer em suas vidas. Hoje é mais importante para as empresas os profissionais que se motivam sozinhos, independente de qualquer bônus no salário, encorajamento dos superiores ou mesmo de palestras motivacionais;
humor – que é a arte de gerenciar o próprio estado de espírito, para enfrentar o trabalho do dia a dia e a vida pessoal, mantendo harmonia interior e alegria de viver;
produção de conhecimento – capacidade de crescer profissionalmente, adquirindo conhecimentos relativos à sua profissão, e que sejam relevantes para a organização em que trabalha, como também para sua carreira em particular;
liderança – capacidade de dirigir pessoas e tirar o melhor delas, levando-as a serem competentes e motivadas no trabalho em equipe;
relacionamento interpessoal – capacidade de se comunicar com as pessoas em geral de forma eficaz, fazer amigos e influenciar pessoas - poder de persuasão;
criatividade – capacidade de criar e perceber coisas novas, gerar novas maneiras de fazer tarefas, e reinventar métodos, produtos, formas de trabalhar;
capacidade de sonhar – exercício de imaginar coisas impossíveis e criar condições para realizá-las. Fazer o impossível tornar-se realidade pela imaginação, pela persistência e pela fé.

Etapa 5 - desenvolvimento de competências técnicas

É preciso que o candidato tenha uma preparação técnica mínima para poder ser aceito pela empresa, de acordo com o cargo que almeja. Como estamos falando sobre o primeiro emprego, esta competência terá de ser adquirida através de cursos técnicos ou formação universitária.

Durante a pesquisa que o candidato fizer sobre seu futuro empregador, é fundamental descobrir quais as competências técnicas que são mais importantes para este tipo de empresa.

Esta empresa precisa que o candidato tenha conhecimentos de informática? Conhecimentos de língua estrangeira? Telemarketing? Contabilidade? Que outras competências técnicas são necessárias ao cargo que busca?

É preciso descobrir as principais competências requeridas por esta empresa, e procurar preparar-se nestas competências. Pode ser feito algum curso de curta duração, caso seja necessário.

Etapa 6 - construir uma networking – rede de relacionamentos

A networking, ou rede de relacionamentos, poderá desempenhar papel importante para conquistar seu primeiro emprego, e também ao longo de toda sua vida profissional.

Relacione todas as pessoas que conhece. Crie um arquivo no computador, ou mesmo numa agenda específica para este assunto. Comece pelos familiares e parentes para em seguida incluir os amigos e conhecidos. Depois faça a seguinte pergunta: que parente meu ou amigo pode contribuir, ou conhece alguém influente que poderia me ajudar neste processo de conquistar meu primeiro emprego?

Às vezes você não conhece ninguém próximo que poderia lhe ajudar diretamente, no entanto tem um amigo cujo pai trabalha em uma empresa que poderia oferecer uma boa opção de emprego ou estágio para você. Neste caso você tem um bom contato, um ótimo “cartão de visita”, que poderá lhe abrir as portas daquela empresa.

Após criar sua networking, escreva um breve resumo da situação profissional e das possibilidades de cada pessoa de sua rede de contatos, eles podem lhe ajudar no presente ou futuro, e procure manter contato com todas estas pessoas da maneira mais freqüente possível.

Para as pessoas com quem você não possui contato freqüente, procure mandar mensagens por e-mail ou fazer contatos telefônicos. Mostre às pessoas que está buscando emprego, explique as razões e peça que, caso saibam de alguma oportunidade, busquem avisá-lo.

É importante que você também se coloque à disposição destas pessoas para atendê-las no que for possível, e seja sincero em sua afirmação.

Mesmo depois que estiver empregado, é necessário continuar cultivando sua rede de contatos. É como uma lavoura que plantamos, regamos e adubamos para colhermos os frutos no futuro.

Etapa 7 - definir os meios para buscar uma vaga

Atualmente existe diversas formas para buscar uma colocação no mercado, vamos apresentar as principais:

Anúncios em jornais.
Anúncios de estágios em escolas e faculdades.
Sites de emprego na internet.
Através de sua networking.
Envio de currículo diretamente a uma empresa.
Quadro de aviso de empresas.
Órgãos do governo como sine/agit, etc.
Empresas de recursos humanos.
Empresas de recolocação.
ONGs especializadas em captar empregos.
Algumas outras possibilidades.

O candidato poderá utilizar todas estas opções, pois assim aumentarão suas chances de sucesso. Algumas pessoas vivem dizendo que estão buscando emprego, no entanto pouco fazem para conquistar esta posição. Talvez acreditem que o emprego virá por si bater em sua porta. Isto raramente acontece, a não ser que se tenha nascido em “berço de ouro”, ou que tenha um padrinho importante.

Sugerimos a todos aqueles que buscam um emprego, que tornem esta tarefa uma prioridade em suas vidas, até que consigam seu objetivo. Incluam, nos seus hábitos diários, diversas tarefas relacionadas a esta busca.

Diariamente procurem responder a anúncios de jornais, enviar currículos, acessar a internet para buscar novas oportunidades de emprego e, quando tiverem disponibilidade de tempo, visitem locais como o sine, ONGS e outros órgãos.

A internet, principalmente, está se tornando um poderoso meio de conquistar uma colocação no mercado, mas nunca se esqueçam de que normalmente a networking é um dos caminhos mais curto para seu primeiro emprego.

Etapa 8 – traçar objetivos e metas a serem alcançadas

Como diz o escritor inglês Lewis Carol, na obra clássica Alice no País das Maravilhas, “Se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”.

É preciso ter objetivos, traçar metas bem específicas para podermos avaliar periodicamente se estamos obtendo ou não sucesso em nossa vida pessoal e profissional.

Por exemplo, uma jovem universitária, que ainda está no meio do curso, pode definir como objetivo conseguir um estágio em uma grande empresa, com reais possibilidades de ser contratada ao final de seu curso. No entanto, como este objetivo pode ser um pouco difícil de alcançar imediatamente, esta estudante deverá buscar atingir algumas metas intermediárias, através de colocações mais modestas, inicialmente, adquirindo experiência e se preparando adequadamente para, no momento certo, conquistar o objetivo de médio prazo que é uma colocação em uma grande empresa.

Portanto, defina e escreva no planejamento seus objetivos de curto, médio e longo prazo, e utilize todos os seus recursos de motivação e energia para alcançar estes objetivos com entusiasmo e força de vontade.

Etapa 9 - elaborar um planejamento

Agora chegarmos à fase de transformar todas as informações apresentadas em um plano de ação. Este plano é fundamental, e será seu projeto de vida nos próximos dias, semanas ou meses. Ele terá um grande impacto em sua vida daqui pra frente.

Um engenheiro não pode construir uma casa sem um projeto, uma empresa não pode ser criada sem um plano de negócios, um carro ou avião não podem ser construídos sem seu projeto técnico. Portanto, é essencial que sua carreira também tenha um projeto, para deslanchar e obter sucesso.

Elaborar um projeto é simples, ele será baseado em todas as informações e etapas que sugerimos. Simplesmente crie um documento no computador ou mesmo num caderno, adaptando estas informações genéricas que mencionamos ao seu caso específico, colocando nele seus dados pessoais, a pesquisa de informações que sugerimos, com os dados conseguidos, sua rede de relacionamento, enfim, todo o passo a passo que abordamos anteriormente. Este será seu planejamento, seu plano de ação.

Etapa 10 - iniciar a execução do plano

Como diz o futurista Joel Arthur Barker: "Visão sem ação é um mero sonho. Ação sem visão só nos faz perder tempo. A visão e a ação juntos podem mudar o mundo”.

De fato, agora seu plano precisa ser colocado em ação. Com garra, com motivação, com entusiasmo, com determinação. Por isto, gostaria de transcrever aqui um pequeno texto que, segundo o autor do livro “AS 5 GRANDES REGRAS DO BOM VENDEDOR ”, P. WHITTING, estava escrito na lareira do lendário HENRY FORD.

“Você conseguirá fazer tudo, se tiver entusiasmo. O entusiasmo é a varinha de condão que eleva sua esperança até as estrelas. O entusiasmo é o ritmo de seu andar, é o brilho de seu olhar, é o aperto de sua mão. É o irresistível volume de sua força de vontade e de sua energia para a concretização de suas idéias. Os entusiastas são combativos, eles têm fortaleza, possuem qualidades permanentes. Com ele haverá realização, sem ele, existirão apenas álibis.”

Gostaríamos de concluir este texto conclamando os jovens a uma reflexão sobre estas propostas apresentadas. Algumas dessas idéias servirão como uma luva para suas vidas, outras precisarão de adaptações para o seu caso. Algumas são mais fáceis de serem implantadas, outras mais difíceis. Algumas são mais eficazes, outras nem tanto. Mas o que importa é que vocês chegaram aqui, no final deste texto, e isto já é uma primeira e importante vitória.

Quem aqui chegou, conseguiu vencer o primeiro grande obstáculo, que foi descobrir que caminho trilhar, e já tem um sucesso relativo. Peço que, se gostaram destas idéias, possam transmiti-las a seus amigos e conhecidos. Enviem esta mensagem a tantos quanto puderem. Eu mesmo gostaria de ter lido um texto destes quando estava procurando meu primeiro emprego a vinte e cinco anos atrás. Teria me ajudado muito. Agora só me resta torcer para que todos vocês possam conseguir rápido um ótimo emprego. Boa sorte!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Palestras do consultor Ari Lima


A PERFORMANCE CONSULTORIA & TREINAMENTO, está agendando palestras e seminários com o consultor Ari Lima, para 2008, em todo o Brasil, abordando os seguintes temas relacionados ao marketing pessoal, gestão de carreira e estratégias organizacionais.

· Gestão estratégica e marketing jurídico para advogados
· Marketing pessoal e gestão de carreira para profissionais da área de saúde
· Inteligência emocional e desempenho nas organizações
· Marketing pessoal e gestão de carreira para Universitários
· Comunicação e relacionamento interpessoal no trabalho
· Marketing e vendas para o setor automobilístico
· Motivação e clima organizacional
· A Estratégia do Oceano Azul na Empresa Nacional
· Além de diversos outros temas relacionados

A apresentação é realizada de forma dinâmica, com utilização de slides, no PowerPoint, pequenos trechos de vídeos, e outros recursos multimídia, em conjunto com uma abordagem que conjuga conteúdo didático com uma forma agradável e participativa de assistir o evento.

Consulte nossas condições e agendas para este ano.

Realizamos as seguintes modalidades de palestras:

· Palestras fechadas para empresa – “In Company”
· Palestras em Faculdades
· Palestras para empresas de eventos
· Palestras para associações e entidades de classe
· Palestra para grupos de profissionais

A Estratégia do Oceano Azul na Empresa Nacional

A Estratégia do Oceano Azul na Empresa Nacional

Encontrar uma estratégia competitiva eficaz no mercado é um grande desafio sobre muitos aspectos. Não apenas porque a competição entre empresas é cada vez mais acirrada, mas também porque fatores como globalização, competição de produtos importados como os Chineses, aumento constante de produtos genéricos, comodites, avanço da tecnologia, entre outros aspectos, apontam para um cenário cada vez mais disputado. É o chamado “Oceano Vermelho”, onde modelos de competição muito parecidos acabam por diminuir as margens de lucratividade da maioria das corporações.

Na prática, existem algumas questões cruciais que incomodam as empresas: Como é possível ser mais produtivos em termos de vendas? Que novas oportunidades não estão sendo exploradas? Será que nossos principais concorrentes estão preparando algumas “surpresas”, para dominar o mercado que já é nosso? Porque alguns dos nossos produtos têm dificuldade de penetração? Como podemos convencer os clientes de que nossos produtos são mais vantajosos do que os de nossos concorrentes?

A estratégia do oceano azul ajuda a responder estas questões de forma inovadora, possibilitando um posicionando vantajoso frente à concorrência. Em geral, as empresas que fizeram movimentos estratégicos vencedores não recorreram à concorrência como paradigma. Alinharam inovação com utilidade, preços e ganhos de custo, em vez de se esforçar para vencer o concorrente. Ao contrario das empresas do “Oceano Vermelho”, que apenas trabalham com mercados conhecidos e com commodities. Como adotam as mesmas estratégias, todas as empresas estão se afogando na competição sem fim, tentando vencer a concorrência a qualquer custo.
Gol - A mais veloz da história
Quando Constantino Júnior, presidente da Gol, fundou sua empresa em janeiro de 2001, estava entrando num dos mercados mais complexos e competitivos que existem. Mercado famoso por provocar grandes prejuízos e falência de empresas tradicionais. No entanto ele e seu grupo de dirigentes vinham com outro paradigma. Oriundos do setor de transportes terrestres, eles perceberam que era inútil entrar na briga existente entre as principais companhias aéreas, e trataram de explorar os segmentos de mercado que estavam sendo negligenciados pelas grandes: Varig, Vasp e TAM.

Começaram a seduzir clientes com a estratégia “preço baixo e nenhum luxo”. Para isto, viabilizaram táticas inovadoras para o segmento. Custos operacionais 60% abaixo do da concorrência, comercialização de passagens pela internet, e promoções de viagens noturnas, entre outras ações. Resultado: conseguiram conquistar não apenas clientes das grandes companhias que optaram por passagens mais econômicas, mas também muitos passageiros das companhias de transporte terrestre.
Neste período a companhia cresceu 17 vezes em cinco anos, saindo de um faturamento inicial de 230 milhões de reais (5% do mercado), para 3,8 bilhões de reais (37% do mercado). Este é um exemplo clássico de uma estratégia vitoriosa.

O coreano Chan Kim e a professora francesa Renée Mauborgne, conseguiram sistematizar estratégias competitivas como esta, chamando-as de “A Estratégia do Oceano Azul”, título do seu livro, lançado há poucos anos e que teve grande sucesso mundial. Eles ensinam: “Não concorra com os rivais — torne-os irrelevantes”. Ao invés da luta sangrenta no “Oceano Vermelho” da competição nos moldes conhecidos, devem-se criar estratégias inovadoras para desbravar os “Oceanos Azuis” de espaços inexplorados de mercado.

Marketing de guerra – Táticas e Estratégias
Para conhecer melhor como funciona este método competitivo, é preciso entender o relacionamento fundamental existente entre Tática e Estratégia. A maioria das empresas do “Oceano Vermelho” utiliza a estratégia de marketing “Top-Down”, ou seja, decidem o que fazer, e depois saem á caça de idéias (táticas), para realizar seus objetivos. Este é o modo de trabalhar da maioria das companhias do mercado. Já as empresas que nadam em “Oceanos Azuis”, utilizam outra formula: a estratégia de marketing “Bottom-Up”, ou seja, primeiro buscam encontrar táticas (idéias inovadoras) de mercado que sejam realmente eficazes, para só então formatar sua estratégia.
Fazendo uma metáfora, se a estratégia é um avião, as táticas são as turbinas. Não adianta construir um grande avião se você só consegue produzir turbinas para aviões menores. Neste caso, é preferível primeiro buscar táticas eficazes (idéias inovadoras), e em seguida desenvolver uma estratégia para apoiar a execução destas idéias. A proposta da estratégia do oceano azul é justamente esta, encontrar novos ângulos competitivos, mercados inexplorados, necessidades não satisfeitas e oferecer soluções em forma de produtos ou serviços ao mercado de forma única. Assim a empresa nadará em um “Oceano Azul”, ou mercado altamente lucrativo, livre da concorrência predatória.
Quebrando Paradigmas

Para iniciar este processo é preciso primeiramente quebrar paradigmas. Ampliar seu ângulo de visão mercadológica, e enxergar no mercado aquilo que seus concorrentes não estão acostumados a observar. A pergunta: que oportunidades de mercado existem que podem alavancar nossas tecnologias e nos ajudar a alcançar os objetivos de médio e longo prazo? É uma questão cuja resposta pode abrir caminho para vários ”Oceanos Azuis”.
A inovação salvou esta empresa
HÁ cinco anos, o laboratório Eli Lilly definhava junto com suas marcas tradicionais, pressionados pela concorrência e pela entrada dos medicamentos genéricos, um verdadeiro “Oceano Vermelho”. Foi quando resolveu inovar. Vendeu 21 marcas tradicionais, que representavam um terço do faturamento da Lilly no Brasil. Desfez-se de nomes consagrados, mas com margens de lucro cadentes, como o cicatrizante Merthiolate. No lugar deles investiu em pesquisas e lançou medicamentos novos, com tecnologia de ponta, e mais rentáveis. Um dos lançamentos foi o do Cialis, que se tornou o principal concorrente do Viagra. As vendas da empresa dobraram nos últimos cinco anos. Assim a companhia voltou a figurar entre as maiores do país no setor.

Os quatro passos de visualização da estratégia

Para Cham Kim, tudo começa com uma mudança de foco. É preciso parar de olhar para empresas concorrentes e pensar em novas oportunidades. Busque competências alternativas às que tem atualmente, pesquise as empresas estratégicas que estão se saindo bem no mercado, inclusive em outras áreas, examine sua cadeia de clientes, pois o seu futuro cliente pode estar atualmente em um mercado complementar ao seu. Examine a oferta de competências complementares e observe as tendências de mercado e não apenas os modismos.

A seguir os quatro passos de visualização desta estratégia:

• O despertar visual - analisar suas competências, suas qualidades positivas e negativas.
• A exploração visual - descobrir como está sendo percebido no mercado.
• Visualize a estratégia - montar seu plano tático estratégico.
• Faça a comunicação visual - comunicar este plano ao mercado.

Um dos exemplos preferidos de Kim vem do Cirque du Soleil, o circo canadense que “arrasou” em sua passagem pelo Brasil em 2006. Guy Laliberté criou seu “Oceano Azul” ao eliminar atributos do espetáculo tradicional, como os animais, e em seu lugar ofereceu a vibração do circo aliada à sofisticação intelectual do teatro. Ao estudar movimentos estratégicos como este Kim e a co-autora de Oceano Azul, Renée Mauborgne, descobriram fatores em comum que podem ser copiados por qualquer empresa ou profissional.
Havaianas um ícone de moda mundial
A Alpargatas nos dá outro exemplo de uma engenhosa estratégia que tornou as Havaianas um ícone de moda mundial, ao conquistar o prêmio Empresa do Ano, da Revista EXAME. Seu grande mérito foi ter conseguido o que nenhuma outra empresa nacional obteve até hoje — estabelecer com sucesso no mercado mundial uma marca brasileira de consumo de massa. As sandálias havaianas, antes sinônimo de produto barato, e até como símbolo de baixo status social, não poderia concorrer com fabricantes de produtos populares, como os Chineses, se não tivesse conseguido posicionar seu produto como uma grife no mercado mundial.
Principais critérios para definir um Oceano Azul
Existem três critérios principais que definem os “Oceanos Azuis” comercialmente atraentes. Estes critérios determinam se as idéias de novos negócios de uma empresa – e a tecnologia que sustenta esses projetos – são capazes de criar um crescimento forte e rentável:

• É preciso que a empresa, o produto ou o serviço tenha uma utilidade excepcional para o consumidor.
• O preço precisa ser estratégico, ou seja, atrativo o suficiente para provocar alto consumo, criando assim um novo mercado consumidor, ou uma nova fronteira para um antigo mercado.
• Precisa ser um modelo de negócio que agregue os dois conceitos anteriores e garanta uma margem de lucro confortável.

Cafés especiais – o Oceano azul do segmento de café

Um exemplo de um novo mercado que surgiu é o de cafés especiais – o “Oceano Azul” do segmento de café. O setor do qual marcas como Orfeu, Spress e Astro fazem parte, é considerado hoje o mais promissor da cafeicultura. O Brasil é líder mundial na produção deste café detendo um terço da produção, e ainda existe muito espaço para crescimento. Apenas 0,1% dos cafeicultores produzem cafés especiais. Enquanto o mercado tradicional cresce a taxa de 4% ao ano, o de cafés nobres cresce a 20%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café. O quilo do café tradicional é vendido a 9 reais no supermercado, enquanto o especial pode chegar até a 100 reais.

A fazenda Ipanema, sediada no sul de Minas está nadando num verdadeiro “Oceano Azul”, pois é a única fornecedora brasileira da Starbucks, a rede de cafeterias que conta com 13 000 lojas espalhadas por 40 paises, e faturou 7,8 bilhões de dólares em 2006. Uma verdadeira grife do café a nível mundial.

Mas quando fazer a estratégia do oceano azul? Segundo Chan Kim, não se deve esperar pela crise. Faça isso enquanto está produzindo bons números e o acionista está feliz. Mesmo que você pense que sua estratégia atual está indo bem, quando utilizar a metodologia e fizer os quatro passos sugeridos na estratégia, verá que está nadando num mar vermelho.


A Taurus dá adeus às armas

A Taurus é um exemplo. Há poucos anos, na época do plebiscito sobre a proibição das armas, a empresa pressentiu que o mercado de armas, em franco declínio, os levaria a bancarrota. Tomou-se, então, a decisão de aplicar toda a capacidade da companhia num processo de diversificação, que incluiu a fabricação de novos produtos e a aquisição de outras companhias. A empresa deixou de lado seu maior mercado e entrou em segmentos inexplorados. O adeus às armas foi saudado pelos investidores. Suas ações tiveram uma valorização de 200% em 2006, e continuam crescendo exponencialmente.

Nos últimos três anos, a participação das pistolas e revólveres no faturamento da Taurus caiu de 80% para 58%. Alem de reduzir a dependência de um só produto, a mudança de rumo da Taurus refletiu-se na sua lucratividade. O lucro, em 2006, superior a 30 milhões de reais, foi quase 70% superior ao do ano anterior, e a empresa que estava estagnada voltou a crescer.

A inovação e a quebra de paradigmas são os grandes aliados da estratégia do oceano azul. Mas é preciso não confundir inovação de valor com inovação tecnológica ou de tecnologia de ultíssima geração; eles não são sinônimos. A estratégia do “Oceano Azul” deriva da inovação de valor – ou seja, da associação da inovação a fatores valorizados pela maioria dos consumidores – e não apenas da inovação tecnológica em si.

Para saber se suas idéias estão de acordo com inovações de valor, faça um teste: como o seu produto pode tornar a vida dos consumidores bem mais produtiva, simples, conveniente, segura, divertida e em dia com as tendências do mercado? Se você não conseguir responder a essa questão com frases simples e decisivas, então não está no caminho para a criação de “Oceanos Azuis”.
A fábrica de usinas encontrou seu Oceano Azul
Um interessante exemplo de empresa que conseguiu sair do “Oceano Vermelho” em que vivia e encontrar seu “Oceano Azul”, e que sempre foi marcada por sua atuação em um setor ligado a commodities -- açúcar e álcool --, a Dedini tinha sido historicamente uma empresa vulnerável a fatores externos. A companhia cresceu exponencialmente quando o setor estava bem, e afundou retumbantemente após o fracasso do Proálcool.

Impulsionada pelo entusiasmo internacional com o etanol e pela popularidade dos carros flex no país, a Dedini ressurgiu nos últimos anos como um dos mais impressionantes casos de sucesso. Nos últimos três anos, o faturamento da Dedini mais que dobrou, indo de 450 milhões para 1 bilhão de reais. Neste ano, é esperado um novo salto, daqueles que nem em seu sonho mais colorido o presidente da companhia, Dovílio Ometto, poderia imaginar. Num cenário modesto, a previsão é que as vendas aumentem 80%, chegando a 1,8 bilhões de reais.

Nos últimos dez anos, antes da recuperação do etanol, a empresa tomou uma série de atitudes para prevenir-se contra novas oscilações. Passou a atuar no mercado de bens de capital -- máquinas e equipamentos de grande porte -- e a fornecer para setores tão diversos quanto mineração e siderurgia, e também passou a produzir equipamentos para a indústria cervejeira. No momento certo, a empresa soube posicionar-se como o principal fornecedor de usinas de álcool, conquistando inacreditáveis 25% do mercado mundial deste segmento.

Uma estratégia para superar desafios

A Estratégia do Oceano Azul exige uma postura pró-ativa, exige disposição para superar desafios, exige quebra de paradigmas e exige uma estratégia competitiva de marketing tipo “Bottom-Up” (primeiro encontre táticas eficazes para conquistar mercados, persuadir clientes, vender produtos, para depois procurar alcançar as metas). As idéias inovadoras devem ser buscadas com audácia e inteligência, e com sensibilidade em relação aos desejos, interesses e necessidades dos clientes.

A Estratégia do Oceano Azul nos permite sonhar com o impossível e nos dá ferramentas para alcançá-lo. Portanto, chega de ficar apenas competindo por migalhas de mercado com os concorrentes. O grande desafio agora é ter visão de futuro, e não apenas pensar em cumprir metas estipuladas, mas encontrar fórmulas de superá-las. O desafio que se impõe para organizações e para seus profissionais é desbravar novos mercados até encontrar o seu “Oceano Azul”.


Ari Lima
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